Domingo da Páscoa do Senhor
- Pascom Lobato
- 22 de abr. de 2019
- 2 min de leitura

“DE FATO, ELES AINDA NÃO TINHAM COMPREENDIDO A ESCRITURA, SEGUNDO A QUAL ELE DEVIA RESSUSCITAR DOS MORTOS”
Na liturgia do 1º domingo do tempo Pascal lemos o evangelho de Jo 20,1-9. No relato vemos Maria Madalena, que no primeiro dia da semana, se dirige ao túmulo em que Jesus foi sepultado e se depara com o sepulcro vazio. O sepulcro vazio indica que Jesus não ficou prisioneiro da morte: ele ressuscitou.
A perícope se inicia com a indicação cronológica: “no primeiro dia da semana”. Essa expressão indica que começou um novo ciclo – o da nova criação, o da Páscoa definitiva. Aqui começa um novo tempo, o tempo do homem novo, que nasce a partir da doação de Jesus.
Maria Madalena representa a figura da nova comunidade que nasceu da ação criadora do Messias. Essa nova comunidade, testemunha da cruz, acredita, inicialmente, que a morte triunfou e procura Jesus no sepulcro. É uma comunidade desorientada, que ainda não conseguiu descobrir que a morte não venceu; mas, diante do sepulcro vazio, descobre que Jesus está vivo.
Temos na perícope os dois discípulos que são avisados por Madalena e correm até o sepulcro: Pedro e o discípulo amado. Essas duas figuras simbolizam as diferentes posições existentes ao interno da comunidade a respeito da morte de Jesus.
Pedro representa o discípulo obstinado, para quem a morte significa fracasso e se recusa a aceitar que a vida nova passe pela humilhação da cruz. Já o “discípulo amado” é imagem do discípulo ideal, que está em sintonia com Jesus, que corre ao seu encontro, compreende os sinais e descobre que Jesus está vivo. A experiência com o ressuscitado desperta duas reações: uma negativa e outra positiva. A reação negativa parte de uma experiencia de ausência e de fracasso do projeto divino. A experiencia positiva reconhece e experimenta a vida anunciada.
A lógica humana entende a ressurreição de Jesus na ótica do fracasso. A vida inteiramente doada na cruz, o amor radical, a doação de si, não podem resultar em vida. Como cristãos devemos perceber na ressurreição de Jesus a vitória do projeto salvador de Deus, que enviou o seu filho ao mundo para nos salvar da escravidão do pecado e da morte.
Celebramos a Páscoa (que em hebraico é Pessach e significa passagem). A primeira páscoa foi celebrada pelo povo judeu que passou da escravidão para a liberdade. Agora celebramos a Páscoa cristã que é a passagem da escravidão do pecado e da morte para a vida. Ao celebrar a páscoa podemos dizer como São Paulo: “fomos sepultados com Ele na morte por meio do batismo, com o propósito de que, assim como Cristo foi ressuscitado dos mortos mediante a glória do Pai, também nós vivamos uma nova vida.” (Rm 6,4).
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