QUARESMA, UM CAMINHO DE CONVERSÃO

A Quaresma é um “tempo forte” de processo de mudança de vida. A palavra-chave é conversão. Percorremos um caminho para a Páscoa, e para melhor caminhar, a Igreja oferece alguns exercícios quaresmais. A intenção é que os vícios sejam convertidos em virtudes, e o caminhante-peregrino progrida na santidade.

O esquema litúrgico quaresmal incentiva a prática da caridade e as obras de misericórdia. O jejum, a esmola e a oração são exercícios bíblicos de piedade, e, no Brasil, durante a Quaresma, rezamos algum contexto social por meio da Campanha da Fraternidade. Os sacramentos do Batismo e da Penitência, destaques no catecumenato, nos chamam a tomar consciência da nossa fé batismal, bem como da infinita misericórdia de Deus.

ESPIRITUALIDADE QUARESMAL Ao contrário do que muitos pensam, este tempo não tem um caráter “pesado”, como se fosse uma obrigação amarga e aborrecida. É um tempo dinâmico, de renovação e reflexão acerca dos valores da vida. Deve ser vivido com o espírito novo de quem encontrou em Jesus o sentido da vida, e por causa Dele deixa-se envolver por um processo de conversão.

Tudo na Quaresma, como na liturgia, tem sentido simbólico. Assim, o jejum e a abstinência de carne, por exemplo, não podem reduzir-se a mera redução ou abstenção de alimento, mas tal atitude deve acenar para uma vida sóbria, diante de tantas comodidades e prazeres que o mundo moderno e consumista nos apresenta. É a afirmação do “SER”, ontológico, diante do “ter”, do “poder” e do “prazer”, como procedeu Cristo no evangelho das tentações (1º domingo da Quaresma).

Este período convida o fiel a uma tomada de consciência do seu batismo e das suas implicações, sobretudo na Celebração da Vigília Pascal, quando se batizam os catecúmenos e se renovam as promessas batismais. Também é característica da quaresma uma espiritualidade bíblica. É preciso uma profunda e prolongada escuta da Palavra de Deus, que ilumina a vida e chama à conversão. Lembremos que “nem só de pão vive o homem, mas de toda palavra da boca de Deus” (Mt 4,4).