32º Domingo do Tempo Comum
- Pascom Lobato
- 12 de nov. de 2018
- 2 min de leitura

“TODOS DERAM DO QUE TINHAM DE SOBRA, ENQUANTO ELA, NA SUA POBREZA, OFERECEU TUDO AQUILO QUE POSSUÍA PARA VIVER”.
O Evangelho é retirado de Mc 12,38-44 e pode ser divido em duas partes. A primeira parte (38-40), na qual Jesus faz incidir a atenção dos seus discípulos sobre o grupo dos doutores da Lei e a segunda parte (41-44), em que Jesus convida os discípulos a perceber a essência do verdadeiro culto, da verdadeira atitude religiosa.
Na primeira parte (12,38-40) Jesus faz acusações ao comportamento dos escribas. Ele adverte a comunidade dos discípulos a respeito dos comportamentos censuráveis dos escribas: a vaidade e a hipocrisia. A vaidade se manifesta na ostentação do talit (manto rabínico) com o intuito de ser saudado nos lugares públicos. A hipocrisia se revela no fato dos escribas ostentarem uma devoção exagerada que culmina com prolongados tempos de oração à vista de todos. As críticas de Jesus condenam os defeitos típicos dos homens que possuem formação cultural superior e revela a contradição existente entre a religiosidade ostensiva e o comportamento para com os fracos e humildes. A crítica de Jesus se alinha ao estilo dos profetas.
A segunda parte (12,41-44) vemos o episódio da oferta da pobre viúva. Jesus nos leva a observar a diferença entre a oferta da pobre viúva para o culto e a dos doadores ricos. A viúva deposita duas simples moedas (dois “lepton”, diz o texto grego). O “lepton” era uma moeda de cobre, a mais pequena e insignificante das moedas judaicas); contudo, aquela quantia insignificante era tudo o que a mulher possuía. Um gesto insignificante que é percebido apenas por Jesus, que vê naquelas duas insignificantes moedas oferecidas a marca de um dom total, de um completo despojamento, de uma entrega radical e sem medida. Com isso o evangelho nos mostra que o lugar do encontro com Deus acontece por meio de um coração humilde e simples aberto e disponível para Deus. É este o exemplo que os discípulos de Jesus devem imitar; é esse o culto verdadeiro que eles devem prestar a Deus.
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