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Domingo de Ramos

  • Foto do escritor: Pascom Lobato
    Pascom Lobato
  • 26 de mar. de 2018
  • 3 min de leitura

“MEU DEUS, MEU DEUS, POR QUE ME ABANDONASTE?”

No Domingo de Ramos, comemorando a entrada de Jesus em Jerusalém, costumamos realizar procissões triunfais, com palmas e cânticos, com os presbíteros revestidos de belos paramentos, com o povo aclamando hosanas ao Filho de Davi. Em muitos programas da Semana Santa de nossas paróquias consta a Procissão do TRIUNFO. No entanto, recordemos como Jesus se posicionou diante do que chamamos triunfo.

Êxito e triunfo é o que os seguidores de Jesus desde a Galileia esperavam: um novo Davi poderoso, o rei por excelência. Mas Jesus frustra esta expectativa: durante toda sua vida pública Ele se empenhou em afastar-se dessa ideia de triunfo, evitou a propaganda e a fama de curador poderoso, pediu para manter em segredo seus milagres, fugiu daqueles que queriam fazê-lo rei. Jesus passou a vida inteira desmontando a ideia de triunfo no povo e em seus amigos.

Não podemos compreender sua missão com base no poder e na força que se impõem, pois onde há poder não há amor e nem misericórdia. Nessa entrada em Jerusalém Jesus chegou montado num jumentinho e não num cavalo. Não precisava de soldados e nem de instituições de violência para se defender. Sem armas de guerra, sem um possante cavalo, sem poderes e nem ambições…, mas montado num jumentinho de paz, um jumentinho emprestado e novo, não domado, pois Jesus não possuía nem um jumentinho. Seu êxito e triunfo consiste em não querer triunfar e dominar como todos esperavam. Então é contrário ao seguimento de Jesus querer triunfar sobre os outros, lutando por poder, prestígio, influência social, espetáculo, carreirismo...

A entrada de Jesus em Jerusalém montado em um ” jumentinho” é o oposto de algumas finalidades declaradas em nossa sociedade: brilhar diante dos outros, levar vantagem em tudo, alcançar a fama e o reconhecimento público, aparecer nos meios de comunicação social, nas redes sociais, ser influente no grupo social ou institucional, conquistar uma posição de poder e prestígio.

É um contraditório muito grande viver nesta sociedade competitiva, que privilegia a posse, o prazer e o poder sobre os outros como se fossem os bens principais da vida das pessoas. Por isso, não nos surpreende que nesta mesma sociedade nasça tanta violência e tanta alienação que conduzem as pessoas para horizontes de desespero, de ódio e de luta fratricida.

Celebrarmos a entrada de Jesus em Jerusalém implica descer com Ele à nossa cidade interior, ao nosso coração e aí esvaziar toda busca de poder e prestígio, desalojar tudo aquilo que se alimenta de êxito e de triunfo, e assim destravar a vida verdadeira que quer se expandir. “Descer” com Jesus nos humaniza interiormente e nos move a viver uma relação de maior humanidade com os outros, fundada na compaixão, na acolhida e no compromisso solidário.

Escutamos também nesse Domingo de Ramos a narrativa da Paixão de Jesus escrita pela comunidade de Marcos. Há nela uma palavra amarga, triste, uma palavra que exprime uma das experiências mais brutais que uma pessoa pode viver: A TRAIÇÃO.

O primeiro a trair é Judas, um dos apóstolos! Ele queria um Jesus poderoso, vitorioso, triunfal, decidido a enfrentar os inimigos romanos. Mas ao contrário, Jesus fala de outra coisa, insiste sobretudo no amor. Por isso Judas decide que era preciso tentar outra estrada. E pratica uma escolha terrível: a traição.

Por 30 moedas de prata, em troca de sua cumplicidade consegue entregar e prender Jesus. Mas não é somente Judas a trair. Também Pedro que tinha dito repetidas vezes sua absoluta fidelidade a Jesus, acaba com uma traição. No átrio do sumo sacerdote, onde estava a se esquentar enquanto Jesus estava dentro do palácio para ser interrogado, Pedro é reconhecido como um discípulo do Rabi de Nazaré: e rapidamente se apressa a negar, a jurar não conhecer Jesus, de jamais ter ouvido Jesus falar!

Uma traição diversa da de Judas, é claro. Mas renegar o Senhor, repetir de não ter nada a ver com aquele homem, é um outro modo de trair. Judas trai em troca de dinheiro, Pedro trai negando. Os outros discípulos tão corajosos e fieis traem também. Quando chegam os soldados e os guardas para prender Jesus, todos escapam.

No momento do perigo, o medo é mais forte que tudo e os amigos e companheiros do Senhor e Mestre, fogem todos. Acontece também a presença triste e amarga de uma outra traição: a da multidão que grita a Pilatos para crucificar Jesus. Aquele mesmo homem que chamaram “Salvador”, que com Ramos o acolheram agora o querem crucificado e morto.

Tudo isso leva nossa consciência a nos perguntar nessa Semana Santa como anda nossa fidelidade ou nossa traição ao Senhor de nossas vidas?


 
 
 

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