Quarta-Feira de Cinzas inicia a Quaresma e a CF 2018
- Pascom Lobato
- 14 de fev. de 2018
- 4 min de leitura

A Quarta-feira de cinzas, marca na Igreja o início da Quaresma e o lançamento da Campanha da Fraternidade 2018.
Em nossa Paróquia, a celebração ocorre ás 19h30 Horas. Após a reflexão do Evangelho, será realizado o rito das cinzas, fazendo uma cruz sobre a cabeça das pessoas, simbolizando o compromisso da mudança de atitude através da caridade, da oração e do jejum.
Durante a imposição das cinzas, o padre expressa com as seguintes palavras “Convertei-vos e crede no Evangelho” e com a expressão “Lembra-te de que és pó e para o pó voltarás”, convidando a todos a refletirem sobre o dever da conversão, recordando a fragilidade da vida humana, sujeita à morte. Com a imposição das cinzas, inicia-se uma estação espiritual particularmente relevante para todo cristão que quer se preparar dignamente para viver o Mistério Pascal, quer dizer, a Paixão, Morte e Ressurreição do Senhor Jesus.
“A nossa vida é feita de escolhas e decisões . Toda decisão implica em riscos. O tempo da Quaresma nos convoca a orientar nossas decisões na Palavra de Deus, vivendo a oração, a caridade e o jejum como meios de crescimento na fé , de superação das fraquezas e de expressão do amor a Deus e aos irmãos”!

TEMPO QUARESMAL
São três os gestos que humanizam e tornam a vida mais leve e com sentido; eles condensam o sentido da vida cristã. “A vida é um abrir-se aos demais (esmola), um manter-se no mistério de Deus (oração) e ser capaz de ordenar e dirigir a própria existência (jejum).Trata-se de um “modo de proceder”permanente, explica.
Oração: oração em tempos de tecnologia e de rapidez parece algo sem sentido. No entanto, a oração ajuda a buscar sentido em todas as experiências, pois ela nos aproxima da simplicidade e da ternura. Ou seja, a oração torna o coração mais dócil, fazendo-nos mais humanos e, por isso, mais próximos de Deus. A oração molda o coração de acordo com o coração de Deus, ajudando cada um a ser mais irmãos uns dos outros e reforça a certeza de que somos filhos e filhas amados(as) de Deus.
Jejum: o jejum humaniza, nos faz descer do pedestal e nos torna mais sensíveis e solidários; fazer jejum tem sentido quando brota da sensibilidade que evita o desperdício, o consumo desenfreado, o esbanjamento e o orgulho. Por isso jejuar pode ser um convite a ordenar a mente, a pacificar o coração, a serenar os olhos, a guardar a língua… Purificar a tendência ao imediatismo, ao falso moralismo, puritanismo e perfeccionismo
Esmola: a palavra “esmola” soa mal. Dá ideia de resto, de poder de uns sobre o nada de outros. A esmola não se reduz a um gesto de ordem apenas material: ela manifesta um ato que indica o fazer-se companheiro de viagem de quantos se encontram em dificuldade, participando na sua situação, com ternura.
O sentido está em oferecer algo de si, importante, significativo. Tem a ver com abertura de coração, sensibilidade e olhos abertos. É resultado de uma atenção permanente e ativa, que vai ao encontro do outro, que toma iniciativa, que se comove. É um estímulo a superar o assistencialismo, que mantém as diferenças, sustenta a dependência e não promove a cidadania. Provoca-nos à solidariedade e ao espírito de compaixão, nos move ao serviço, à presença-qualidade, ao voluntariado, à prática do bem e da justiça.
A Igreja chama atenção da sociedade também neste período quaresmal sobre a violência com a Campanha da Fraternidade 2018.

Lançada em todo o País na Quarta-Feira de Cinzas, a Campanha da Fraternidade desenvolve-se durante o ano inteiro, mas de maneira mais intensa e visível no período da Quaresma, até a Páscoa. A Campanha da Fraternidade de 2018, promovida pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), apresenta o tema: “Fraternidade e Superação da Violência” e o lema “Vós sois todos irmãos”, com base do Evangelho de São Mateus, capítulo 23, versículo 8.
Este ano a temática escolhida pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) é o combate a todo tipo de violência. “O Evangelho afirma que somos todos irmãos e, portanto, como irmãos devemos nos esforçar para uma convivência amistosa, banindo todas as formas de violência da nossa vida. Essa é a proposta da CF-2018 e é o que vamos enfatizar durante todo o período de preparação para a celebração da Páscoa”.
A intenção da campanha é provocar a sociedade a construir uma cultura de paz. “Violência doméstica ou nas ruas, agressões físicas, ofensas verbais, preconceito, discriminação, opressão, são formas de violência que precisam ser denunciadas e combatidas por todos os cidadãos. Esta é a proposta da CF-2018”.
Histórico da Campanha da Fraternidade A história da CF teve início quando três padres responsáveis pela Cáritas brasileira, em 1961, idealizaram uma campanha para arrecadar fundos para as atividades assistenciais e promocionais da instituição e torná-la autônoma financeiramente. A atividade foi chamada Campanha da Fraternidade e realizada pela primeira vez na quaresma de 1962, em Natal (RN).
No ano seguinte, 16 dioceses do Nordeste realizaram a campanha. A princípio não houve grande êxito financeiro, mas foi o embrião de um projeto anual dos Organismos Nacionais da CNBB e das Igrejas Particulares no Brasil, realizado à luz e na perspectiva das Diretrizes Gerais da Ação Pastoral (Evangelizadora) da Igreja em nosso País.
Este projeto foi lançado, em nível nacional, no dia 26 de dezembro de 1962, sob o impulso renovador do espírito do Concílio Vaticano II, o que foi fundamental para a concepção e estruturação da CF. Ao longo de quatro anos, durante as sessões do Concílio, onde houve diversos momentos de reunião, estudo, troca de experiências, nasceu e cresceu a CF.
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