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Maranathá

  • Foto do escritor: Pascom Lobato
    Pascom Lobato
  • 20 de dez. de 2017
  • 4 min de leitura

Mesmo que o tempo se faça sombrio, mesmo que a esperança, às vezes, pareça faltar, chegou o tempo bendito de cantar, Maranathá! Mesmo que a cruz sobre os ombros se faça pesar, e a vitalidade pareça se esgotar, chegou o tempo bendito de cantar, Maranathá! Mesmo que o cansaço se faça sentir, e os pés comecem a vacilar, chegou o tempo bendito de cantar, Maranathá!

O tempo do Advento quer nos lembrar que precisamos de um Salvador. O homem dos tempos atuais anseia por uma felicidade infinita, porém, lhe custa compreender e aceitar que sem um Salvador, ela não poderá ser concedida. Criou-se um desejo insaciável de felicidade que não se consegue saciar com o que existe, fugindo depois, por assim dizer, para o paraíso do Diabo e destruindo as pessoas à sua volta (Bento XVI, Luz do Mundo, p. 68).

Por mais que o homem se julgue um autocéfalo (autônomo, independente), por mais que se considere um antropoteista (homem deus) não passa de pó, de uma criatura sujeita ao tempo e muitas vezes, vítima de suas próprias feridas. O homem precisa de um Salvador.

A humanidade tão orgulhosa do seu progresso vê-se a mercê das suas permanentes catástrofes globais. Mudanças climáticas, aumento de temperaturas que provocam derretimento dos polos, por um lado, e ondas de calor insuportáveis, por outro. Tragédias ecológicas causadas por dejetos químicos, por incêndios florestais gigantescos, por furacões jamais vistos (esse ano pela primeira vez na história ocorreram, ao mesmo tempo, três de grau 4 no Pacífico). Uma investigação da ONU constatou que a humanidade está chegando no seu point of no return, ou seja, a uma altura que será demasiado tarde para “voltar atrás”. A humanidade vive mergulhada em guerras sem fim (Oriente médio) ou por ameaças de guerras nucleares. Crescem os grupos de tendências extremistas religiosas e patrióticas. Crescem as desigualdades sociais e a corrupção política nos países do, assim chamado, Terceiro Mundo. A humanidade precisa de um Salvador.

A perda do sentido do pecado tem fragilizado aquela que deveria ser coluna e fundamento da Verdade (1Tm 3,15). Como disse Bento XVI: os sofrimentos da Igreja vêm justamente do interior da Igreja, do pecado que existe na Igreja… A maior perseguição da Igreja não vem dos inimigos de fora, mas nasce do pecado na Igreja (a bordo do avião na viagem de Roma para Portugal, a 11 de maio de 2010). Quanta sujeira há na Igreja, e precisamente entre aqueles que deveriam pertencer completamente a Ele (Jesus)! Quanta soberba, quanta autossuficiência! A Igreja precisa de um Salvador.

O tempo do Advento coloca-nos diante da miséria da humanidade, das debilidades da Igreja, da nossa própria miséria. Pobre humanidade, por mais que se julgue poderosa, é fragílima. Ao impor a felicidade temporária e instantânea como norma de vida, gerou homens fragmentados, cada vez mais insatisfeitos e que não tem mais nenhum referencial para construir sua vida, que não seja ele mesmo. Pobre Igreja, santa pela santidade do seu Fundador, mas tão envergonhada pelos pecados de seus filhos e até de seus pastores. Miseráveis de nós, que muitas vezes preferimos o sucesso à verdade, a nossa reputação à justiça. Nesta revolta contra a verdade, nesta tentativa de nos tornarmos deus, de sermos criadores e juízes de nós mesmos, acabamos, não poucas vezes, por autodestruir-nos. Precisamos de um Salvador! E Ele uma vez mais vem a nós nesse Natal. Vem da mesma forma que veio à Maria e à José, aos pastores e aos Reis-Magos; como um menino, envolto em panos, deitado numa manjedoura (cf. Lc 2,12).

Naquele Menino repousa a felicidade da humanidade, o sentido da nossa vida e a própria razão de ser da Igreja. Aquele estábulo, ao longo dos séculos, foi o farol que orientou a humanidade. O risco de não nos deixarmos mais guiar pelo farol de Belém é o de ver-nos, como um barco à deriva, afundar. Precisamos do Deus que se fez menino! No curral de Belém, o Céu e a terra se tocam; Deus e homem se encontram; o transitório encontra sentido no Eterno. O que pode haver de mais importante?

Não! Não nos comportemos como aqueles de quem João falara:” Veio para os seus e os seus não O acolheram” (Jo 1, 11). Não passemos mais um Natal ocupados conosco mesmos. Corramos a Belém como os pastores correram, naquela noite santa: Vamos até Belém… e foram com grande pressa (Lc 2,15-16). Deixemos que Deus continue sendo a prioridade das nossas vidas. Por onde começar?

– Pelo Sacramento da Confissão. Façamos um verdadeiro exame de consciência diante de Deus, mostremo-nos arrependidos por tê-lo ofendido, assim como ao nosso próximo, façamos um firme propósito de emenda e após a confissão, cumpramos, com disposição, a penitencia dada.

– Pelas Obras de Misericórdia Corporais (dar de comer a quem tem fome e de beber a quem tem sede, acolher o peregrino, vestir os nus, visitar os enfermos e presos, enterrar os mortos) e Espirituais (ensinar os ignorantes, dar bons conselhos, corrigir os que erram, perdoar as injúrias, consolar os tristes, sofrer com paciência as fraquezas do nosso próximo, rezar a Deus pelos vivos e falecidos). Essa é uma oportuna ocasião para convidarmos a todos para participarem do Natal dos Pobres conosco. Convidemos as paróquias, os movimentos, grupos e pastorais. A experiência tem sido muito boa nas missões onde essa solidária unidade já acontece.

– Pela Oração. Dediquemos tempo para acompanhar, através da Sagrada Escritura, as profecias que anunciaram a vinda do Salvador e os relatos evangélicos que revelaram o mistério da sua encarnação. Nesse sentido, peço que as missões diminuam, consideravelmente, suas atividades pastorais, a fim de dedicarem-se com mais afinco à vida de oração, de silêncio e de contemplação do Mistério Celebrado; e dessa forma sejamos envolvidos, como os pastores, pela glória do Senhor (Lc 2,9).


 
 
 

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